segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Praça São Bento como foi concebida


Atento aos nossos e-mails, tão logo recebeu a mensagem de que eu gostaria de postar aqui a foto da praça São Bento, feita por ele, nosso amigo Manuel Joaquim Pires se apressou em nos enviar a película. Vejam só a beleza da praça, o design e a geometria que se tem na perspectiva aérea.
Bela foto ó pá ...!

domingo, 28 de junho de 2009

Os jardins de Marília


Agora, ouvindo a Rádio Cultura Brasil, Tom Jobim ao piano...só felicidade.
Bateu a inspiração para falar dos jardins da nossa cidade, isso mesmo, os jardins que nem sempre são percebidos porque agora estão mais tímidos, mais escondidos.
Pretendo fazer uma série de fotos sobre estes jardins para que nas andanças dos dias, vocês possam também apreciar os detalhes. Começo com este conjunto de pés de “pingo-de-ouro” que esculpido pelas hábeis mãos do jardineiro, o transformou no letreiro anunciando a empresa metalúrgica.
Onde fica? Na rua Coelho Neto [IE1] , bairro São Miguel, tendo ao fundo a Indústria Matarazzo.
Lembro da infância, o jardim da casa da minha Tia Nica, que ficava na mesma rua onde hoje está instalada a Marcom Metalúrgica. Não faltavam as Margaridas, as Rosas vermelhas e cor-de-rosa, as rosinhas brancas que dão em pencas e servem também para um bom chá e para lavar os olhos com irritação, a Palma de São Jorge, para cuidar do mau olhado e a Comigo Ninguém Pode.
Final de tarde, balde improvisado com a lata amarela das azeitonas Colosso, cigarro no canto da boca, a tia regava as plantas, uma a uma, enquanto na área, penduradas, as Avencas e Samambaias aguardavam sua vez. Ai de quem ousasse por a mão nas folhas da Avenca.
O fotógrafo Manuel Joaquim Pires (o chinês mais legítimo de Marília), grande amigo, tem foto da antiga Praça São Bento com as árvores esculpidas em forma de animais. Dias destes passo lá e solicito uma copia para que os amigos possam conhecer também.

[IE1]http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/CoelhoNeto/coelhoneto.htm

sábado, 20 de junho de 2009

Uma rua, muitas histórias




(Para você que não leu a primeira parte, por favor, antes leia o texto “Apartamento com água e luz” postado mais abaixo)
Esta história é a continuação de uma outra que começamos lá no mês de maio, quando na visita mensal ao barbeiro fiquei sabendo que o senhor Pica-pau havia se apossado do apartamento do antigo inquilino, o senhor Pardal.
Registrei o fato, porém, sem a presença do bicudo passarinho que se enfiou no oco da árvore para acomodar a sua fêmea e chocar a ninhada. Mas fiquei de voltar em outra hora.
Foi assim que durante alguns dias tentei por várias vezes encontrar o pássaro em sua nova morada e fazer a foto. Qual nada, nossos horários não batiam de jeito nenhum e quando eu aparecia por lá ele não dava nem sinal.
Esta é a rua onde fica o salão do Lau, um pequeno trecho onde a natureza nos proporciona uma série de bons espetáculos, ali, bem no meio da cidade.
Voltei lá hoje na esperança de ter a oportunidade de fotografar os filhotes, afinal, estava devendo esta aos amigos.

Novos inquilinos




Na prosa fiquei sabendo que havia novos inquilinos no bairro e dei sorte que estes estavam em casa. Ao que parece, estão juntando o necessário ao agradável, comem as larvas do cupim e já preparam o futuro ninho. E não se intimidaram quando apontei a máquina na direção deles e me aproximei mais, pelo contrário, consegui até algumas boas poses.

Retomada de posse (ou seria de poste?)













Para coroar de pleno êxito a missão, também consegui o registro do senhor pardal chegando em casa, que agora tem flores na janela, e uma nova história se inicia.
É preciso que tenhamos tempo para descobrir detalhes na paisagem, é preciso conhecer pessoas que nos ensinem novos caminhos, é preciso ter amigos, é preciso viver.




Apartamento com água e luz


(Esta mensagem foi enviada para a lista do Fotoclube em maio deste ano)

Quem me contou a história foi o Lau, o barbeiro.
Diz ele que no buraco maior do poste morava um feliz pardal e sua família. Até que um dia apareceu um pica-pau e expulsou o senhor pardal da morada e tomou posse do apartamento sem maior cerimônia.
A partir deste dia era comum ver o pica-pau no novo ninho, só apreciando a bela vista que tem lá de cima, e também o antigo inquilino que de vez em quando rondava por ali, quem sabe numa tentativa de reaver a morada.

Fui lá hoje para conferir a história, mas infelizmente nosso amigo pica-pau não deu as caras. Diz o Lau que ontem ele observou uma ave da mesma espécie morta num terreno baldio, próximo da sua casa. Seria o nosso inquilino?

A foto vale mais pelo registro do poste de aroeira, uma das madeiras mais duras entre as espécies de árvores e que por isso mesmo foi amplamente utilizada na confecção de postes para iluminação. Para trocar as lâmpadas ou fazer reparos na rede elétrica os antigos funcionários da Companhia Paulista de Força e Luz amarravam esporas nas pernas e subiam com uma agilidade de fazer inveja.

Ainda há muitos destes postes na cidade, mas aos poucos são substituídos por postes de cimento e as velhas árvores são vendidas a peso de ouro para adornar varandas, lojas, quiosques e outras tantas finalidades.

Dizem que é mais fácil uma geração inteira acabar do que um poste deste ter fim. Só queimando, porque se depender de apodrecer com o tempo...nem pensar.

O Lau ficou de avisar se o nosso penoso voltar ao ninho, aí eu mando a foto com o pica-pau.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fotógrafo mariliense expõe arte em blog

Quarta-feira, 17 de junho de 2009 10:06
Fotógrafo mariliense expõe arte em blog
Ivan Evangelista Júnior possibilita aos visitantes do site um olhar fotográfico dos ambientes urbanos e rurais de Marília

Agência BOM DIA (http://www.redebomdia.com.br/)
Ricardo Shimizu/Agência BOM DIA


O fotógrafo Ivan Evangelista Júnior, responsável pelo blog Painel Marília; site tem pouco tempo de vida, porém o artista soma 14 mil imagens em seu arquivo pessoal


Chefe de gabinete de uma universidade particular por profissão e fotógrafo por paixão, Ivan Evangelista Júnior hoje integra o mundo virtual com seus trabalhos e relatos expressos no seu blog intitulado “Painel Marília”, onde, segundo seu criador, os visitantes encontram fotos da cidade, comentários, notícias sobre Marília e seus personagens, paleontologia, fotografia e mais “um monte de coisas que faz um bem danado para as idéias”.

A idéia do blog surgiu quando seus colegas fotógrafos, também membros do Foto Clube de Marília, mantinham a troca de suas fotografias através de e-mails, o que dificultava a visualização por parte das pessoas que não integravam esse grupo. A partir daí surgiu a idéia de compartilhar essas imagens, principalmente com marilienses que hoje moram em outras cidades, para que tenham acesso às mudanças que Marília sofre a cada dia.


Ativo há aproximadamente um ano, o blog já tem seguidores fiéis que acompanham não somente o olhar do artista para as paisagens, como também o levantamento de alguns problemas sociais de interesse público, como a pichação, por exemplo. “É uma forma de chamar a atenção para o que esses grupos consideram arte, mas não é. Há muitas outras formas de se expressar sem degradar nossos patrimônios, porém, tudo isso está diretamente ligado a questões culturais e educacionais”, diz Ivan.

Para o artista, a importância do blog está em exercitar a escrita e a capacidade de síntese dos textos que complementam a história e o olhar do artista em ambientes que, na maioria das vezes, passam despercebidos pelas pessoas.

Ivan ressalta também a positividade da popularização da fotografia com a digitalização das imagens, uma vez que as pessoas se adaptaram a esse imediatismo de tirar as fotos e publicá-las no mesmo dia nos sites de comunicação como Orkut.

Para os amantes da arte, Ivan dá as sugestões. “Fazer caminhos diferentes sempre possibilita a descoberta de coisas novas, inclusive aquelas que resistiram ao tempo, como as casas de madeira e os antigos prédios dos bairros.”

Paralelo ao blog, o artista conta com 500 fotos da cidade e da região publicadas no site www.panoramio.com, que traz como diferencial a visualização do local exato através do Google Earth.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Canteiro de obras



Dediquei parte do domingo para fazer um tour pela cidade e saber das novidades. Ouvimos muito dizer que lá ou cá estão construindo um novo prédio, que tal região está se transformando em razão da instalação de um novo empreendimento, que novos empregos serão gerados e coisa e tal.
Sou daqueles devotos de São Tomé - preciso ver para crer. E já que vou, levo a minha Nikon no ombro para registrar o fato.
A torre pintada anuncia a chegada do Makro, lá pelas bandas da nova rodoviária, um moderno centro atacadista e varejista de compras que vai movimentar grandes investimentos para a cidade e gerar bons empregos. O prédio é a antiga sede do “Macarrão Raineri” (quem comeu provou da boa massa) e está sendo totalmente reformado para abrigar o novo centro de distribuição do Makro.
Do outro lado da pista, sentido de quem vem de Bauru para Marília, uma grande placa anuncia a chegada do grupo em Marília e também a contagem regressiva dos dias para cortar a fita. No domingo estava lá escrito que apenas 45 dias nos separam da alegria da inauguração.
Dali eu segui para a zona sul da cidade, mais precisamente ao lado do supermercado Kawakami, na av. João Ramalho. O Wal-Mart também está construindo uma grande área e utiliza o moderno sistema de pré-fabricados para erguer mais um centro de distribuição e gerar novos empregos.
Por um momento, fiquei ali parado e deixei a imaginação correr solta, projetando o entra e sai de caminhões, o intenso movimento de pessoas, a valorização das pequenas casas populares em redor, a abertura de novos pequenos negócios (marmitex, sorveteria, lanchonetes, farmácias, moto-taxi, lojas de acessórios para veículos, borracharias, salão de beleza, entre outros) que podem ser uma metáfora do rabo do grande cometa.
De lá segui para a zona sul, mais precisamente para o terreno onde o mesmo Wal-Mart vai construir outra unidade e o canteiro de obras já está em atividade.
Num raio de 150 metros deste local estão a churrascaria Alvorada, o Marília Shopping, a Dori, Postos de gasolina e pequenos comércios. Não há dúvidas de que a mesma onda de progresso vai levantar a região, é só os primeiros sinais apontarem a direção dos novos empreendimentos para que as imobiliárias saiam na captura de terrenos e imóveis para locação e venda.
Investimento gera mais investimento, dinheiro, gera mais dinheiro, desenvolvimento atrai novos empreendedores e assim Marília cresce.

domingo, 14 de junho de 2009

Pichadores nas alturas


Até onde chega a ousadia dos pichadores é algo que não cabe em nossas cabeças. Ao passar pelas ruas da cidade é comum observarmos que cada vez mais a interferência gráfica na paisagem urbana é algo que não tem limites.
Falta de espaços adequados para expressar as habilidades artísticas? Não, definitivamente não, é na verdade uma disputa sem limites de ética ou de respeito ao patrimônio público.
Cada pichador, ou cada gangue, tem sua própria marca registrada e o tipo de letra que usam é um meio de comunicação entre eles. Quanto maior o desafio enfrentado, maior será o prestígio entre os colegas ou rivais.
E assim, uma coisa puxa a outra e aquele que se sentiu em desvantagem vai escolher outro prédio, fazer a escalada e deixar lá os registros da desventura.
Escondidos na impunidade da menor idade, abusam da paciência da comunidade com suas latas e rolos de tinta.
Faltou escola na formação? Nem sempre.
Os mais velhos dizem que educação vem de berço e alguns filhos não herdaram dos pais o mmínimo de civilidade e fraternidade.
É uma pena, todos nós pagamos a conta.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O rádio de uma só estação


Para quem gosta de ouvir Rádios em Ondas Curtas sabe que uma das mais tradicionais emissoras do Brasil é a Rádio Aparecida. Tão difundida e ouvida que tem até o Clube dos sócios e dos ouvintes, verdadeiros agentes multiplicadores que se espalham por todo o Brasil.
No passado era mais fácil sintonizar a rádio. Bastava ter um aparelho de boa qualidade, buscar as faixas de 31 metros ou 49 metros e, pronto, o som estourava durante o dia todo.
Com o tempo foram surgindo mais e mais rádios, as freqüências foram se multiplicando e o dial ficando cada vez mais apertado e nem sempre se conseguia ouvir a rádio. Os programas de maior audiência? – as missas transmitidas direto da Basílica de Aparecida, aos domingos, e o programa do Pedro Trucão, locutor famoso entre os “irmãos camioneiros”, rodando pelas estradas do Brasil afora, hoje numa nova emissora que comprou o passe dele.
Para não perder os ouvintes a Motobrás, fábrica que assumiu a antiga Marca Motorádio, desenvolveu um modelo de rádio especial, com banda ampliada para a Rádio Aparecida. Desta forma a legião de ouvintes continua acompanhando a sua programação, sem precisar ficar procurando muito a sintonia.
A partir desta experiência de sucesso a mesma Motobrás está lançando um novo modelo, o rádio de uma só estação, que pode ter ainda a logomarca da empresa, ou até mesmo uma foto estampada no aparelho. Vejam só o que consta no site http://www.motobras.com.br/Encomenda.htm

Rádio Portátil sob encomenda

- Para vocês clientes que possuem uma emissora de rádio, nós podemos desenvolver um rádio que sintonize sua estação 24 horas, 7 dias por semana com a qualidade Motobras !!
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Céu de inverno e fachadas históricas


Confesso, não é a minha veia artística, sou mais a luz do sol, as sombras projetadas e as cores. Vez ou outra faço uma foto noturna (só para contrariar) e quase sempre gosto do resultado, apesar de não ser praticante da arte coruja.
Estava no segundo andar da prefeitura municipal aguardando nossa vez de audiência com o prefeito, quando comecei a analisar a vista em redor.
Cidade grande, cada parada no olhar uma descoberta, um ponto aqui e outro ali vão chamando mais a atenção e o clic foi inevitável. É a força do hábito.
Desta mesma janela, em outra data e oportunidade, eu já observei o vale que fica bem lá no fundo e por várias vezes fiz a foto mentalmente, tentando projetar a imagem urbana em contraste com a imensidão do Itambé. Nesta foto ainda é possível observar a linha do horizonte, bem discreta, lá no fundinho, depois da torre da igreja São Bento.
No primeiro plano, os fundos dos dois casarões que ficam bem ao lado da prefeitura municipal e que hoje estão alugados e ocupados por secretarias do governo. Antes de deitar as mãos sobre o teclado liguei para a Tia Rosalina para perguntar se ela sabia quem morou nestas casas nos tempos idos. Ela também não sabe e nem se lembra se já escreveu um artigo sobre o tema, mas já prometeu que vai buscar informações.
Valeu o telefone porque já descobrimos um bom motivo para uma nova crônica sobre a história dos casarões e seus personagens.
Devem ter sido (ou serão ainda?) como diriam os mais velhos, gente importante, termo utilizado para denominar pessoas de posse que moravam em bairros nobres, neste caso, ao lado do Paço Municipal.
Tem outra casa que aparece na foto com a varanda cercada pelos “barrigudinhos” e que foi sede de comitê eleitoral na última campanha. No dia do anúncio da apuração a varanda lotou de gente comemorando a vitória e um trinco enorme apareceu pelo lado de dentro, mais outro rente a parede. Foi um deus nos acuda, pessoas gritavam em meios aos fogos para sairmos urgente de lá porque o risco de desabamento era iminente.
Toda cidade tem seu “centro velho”, toda cidade tem suas histórias, toda foto conta parte delas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Esquinas do tempo


Não deu tempo, quando eu passei por lá,no dominmgo,já era tarde demais e o trator estava juntando os restos para jogar na caçamba do caminhão. Uma das mais antigas e tradicionais esquinas das ruas de Marília desapareceu no tempo.
Quem conhece a cidade sabe que aqui estava uma das últimas casas de madeira instaladas no centro comercial que mantinha a sua fachada ainda intacta. Foi loja comercial durante muitos anos e depois que fechou as portas nunca mais abriu, mas mantinha viva a memória dos primeiros comerciantes da cidade.
Na esquina ficava o bar do Tada, ponto de encontro no final de tarde de muitos comerciantes e comerciários que passavam por ali para fechar o balanço do dia. Banquinhos na calçada, cinzeiro sobre o balcão, movimento da rua minguando, até que o último gole de cerveja anunciava que já era hora de ir para casa.
Havia um grupo de amigos que freqüentava o estabelecimento, onde será que vão se reunir agora?
Foi assim com a Ler e Saber, a banca de revistas do amigo Orlandinho Giglioti, onde nos reuníamos diariamente antes de começar a jornada. Depois que baixou as portas definitivamente ele deixou órfãos que até hoje não sabe dar conta. Fiz grave ameaça ao amigo dizendo que ele teria que pagar a conta dos psicanalistas de toda aquela gente que fazia ali a terapia matinal.
É assim que a história é contada e a alma é lavada; de boca em boca, de gole em gole, de café em café; até que um dia o curso natural da vida arranca uma página amarelada para que uma nova seja escrita.
São Luiz com a Paes Leme. Do outro lado da rua havia um velho hotel que foi demolido para dar lugar a uma das maiores lojas das Casas Bahia.