sábado, 20 de junho de 2009

Apartamento com água e luz


(Esta mensagem foi enviada para a lista do Fotoclube em maio deste ano)

Quem me contou a história foi o Lau, o barbeiro.
Diz ele que no buraco maior do poste morava um feliz pardal e sua família. Até que um dia apareceu um pica-pau e expulsou o senhor pardal da morada e tomou posse do apartamento sem maior cerimônia.
A partir deste dia era comum ver o pica-pau no novo ninho, só apreciando a bela vista que tem lá de cima, e também o antigo inquilino que de vez em quando rondava por ali, quem sabe numa tentativa de reaver a morada.

Fui lá hoje para conferir a história, mas infelizmente nosso amigo pica-pau não deu as caras. Diz o Lau que ontem ele observou uma ave da mesma espécie morta num terreno baldio, próximo da sua casa. Seria o nosso inquilino?

A foto vale mais pelo registro do poste de aroeira, uma das madeiras mais duras entre as espécies de árvores e que por isso mesmo foi amplamente utilizada na confecção de postes para iluminação. Para trocar as lâmpadas ou fazer reparos na rede elétrica os antigos funcionários da Companhia Paulista de Força e Luz amarravam esporas nas pernas e subiam com uma agilidade de fazer inveja.

Ainda há muitos destes postes na cidade, mas aos poucos são substituídos por postes de cimento e as velhas árvores são vendidas a peso de ouro para adornar varandas, lojas, quiosques e outras tantas finalidades.

Dizem que é mais fácil uma geração inteira acabar do que um poste deste ter fim. Só queimando, porque se depender de apodrecer com o tempo...nem pensar.

O Lau ficou de avisar se o nosso penoso voltar ao ninho, aí eu mando a foto com o pica-pau.

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