sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Durante a florada não !



Juntar sementes é um dos hábitos que tenho. Não consigo passar por uma árvore que esteja em plena fertilidade e não levar comigo umas amostras das sementes. Em casa eu tenho um aquário em que os peixinhos deram lugar às sementes e agora mesmo, sobre a minha mesa, tenho três exemplares de Jatobá que coletei lá no Colégio Bezerra de Menezes.
Estava lá quando fiz esta foto. Terminado o compromisso profissional me dirigi ao estacionamento para buscar o carro.
Por cima do muro enquadrei a cena – dois homens paramentados, sustentados por uma grua gigante, em meio as flores do pé de Jacarandá que fica na Rua Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, pertinho do Colégio.
Num primeiro momento imaginei aquelas cenas dos documentários da National Geografic e viajei na ilusão de que eles coletavam amostras das flores e, quem sabe também de sementes. Estava perfeita a cena: fundo azul mais claro do céu, primeiro plano, flores num tom de azul para o lilás, contrastando com o restante da composição.
Mas não, eles não estavam coletando, eles estavam cortando galhos.Na mão de um dos personagens notei uma vara comprida, que tem na ponta uma serra automática.
Mas minha santa protetora da natureza, cortar um Jacarandá em plena florada? Será que não podiam ter feito isto em outro período, será que não dava para consultar um biólogo e saber qual a data mais propícia ? Na florada eu tenho quase certeza que não é.
Eu sei que é preciso manter os fios livres para evitar que o vento forte provoque curtos circuitos, sei também que a poda em V é um sistema que dá bons resultados na manutenção da flora urbana.
Mas quero deixar meu protesto. Na florada não.

domingo, 6 de setembro de 2009

Escavando o passado de Marília


por Rosalina Tanuri - publicado no Jornal Diário de Marília em 06/09/09

Museu de Paleontologia remete à história

Seria muito bom se todos os professores levassem seus alunos para verem de perto o que o professor e paleontólogo Willian Nava vem descobrindo há 16 anos em seu trabalho de campo em Marília e região. Nossos dirigentes municipais, bem que poderiam mandar construir uma réplica gigante de um dinossauro, para chamar mais a atenção do povo, como fez a cidade de Monte Alto (tem 1º Museu de Paleontologia do interior paulista) na frente de seu Museu.

Marília, terra de dinossauros e outros fósseis, tendo o segundo museu de fósseis, com exposição no interior de São Paulo, já é uma das principais atrações turísticas e culturais da região, recebendo visitantes daqui e de outros estados. A réplica bem grande de um dinossauro na frente do nosso Museu de Paleontologia chamaria bem mais a atenção. A cidade receberia mais turistas com interesse pelos conhecimentos científicos como as pesquisas paleontológicas.

Com o Museu aberto ao público de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 19h, com exposição permanente de fósseis de dinossauros, crocodilos e tartarugas, resultado de pesquisas e escavações de Willian Nava, responsável pelo nosso Museu dos Dinossauros, os visitantes, além de fósseis, poderão ver de perto, banners e painéis ilustrativos sobre a evolução geológica do planeta, formação de fósseis e fotos mostrando pequenos crocodilos como o “mariliasuchus amarali” e “adamantinasuchus navae”, ambos contemporâneos dos dinossauros. Quem não gostaria de ver de perto os ovos fossilizados desses animais que Willian Nava achou e registrou como o primeiro desse tipo de fóssil achado no Brasil?

É desejo da Comissão Organizadora dos Registros Históricos da Câmara Municipal e Cidade de Marília, fazer um filme de curta metragem sobre o passado agora escavado por Willian Nava, importante parceiro técnico científico com pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), MZSP (Museu de Zoologia da USP) e MN (Museu Nacional do Rio de Janeiro), na coleta dos fósseis e nos artigos científicos.

Assim, o minucioso trabalho de formiguinha de Nava, que há 16 anos explora as relíquias subterrâneas da nossa região, escavando, retirando, lavando, classificando, interpretando, será mais conhecido por todos quantos se interessarem pelos seres que aqui nos antecederam.

Rosalina Tanuri, da Comissão de Registros Históricos

Foto: Ivan Evangelista Jr