quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nas ondas do rádio




Aceitei o convite e participei do "Encontro com locutores", promovido pelo SENAC, no auditório do CIESP de Marília, na noite de 12 de abril de 2011. A mesa coordenadora do evento foi composta pelos radialistas Wilson Mattos, Waldo Moraes e Márcio Medeiros, que tinham a missão de promover a discussão e a reflexão sobre a história e a atuação dos profissionais da voz, as novas demandas do mercado, as possibilidades de atuação para os profissionais formados nesta área e as exigências e os diferenciais de cada perfil profissional.
Cheguei no momento em que Wilson Mattos brindava a platéia com histórias vividas ao longo dos anos de sua carreira. Hoje, ele é um dos sócios da Rádio 950, a antiga rádio Verinha. Falou a respeito dos desafios de manter uma estrutura de porte no ar, inclusive sobre a renovação da concessão federal a cada 10 anos.
Marcio Medeiros fez as vezes de âncora da mesa debatedora e lançou algumas provocações aos dois colegas radialistas e à platéia, no sentido de enriquecer o encontro com depoimentos de atuação profissional.
O radialista Fábio Conte, da cidade de Garça, apresentador de programa na Rádio 950 de Marília, deu grande contribuição ao compartilhar com os presentes a sua experiência com a produção e apresentação semanal do seu programa, a partir de estúdio montado em sua residência. As transmissões de Garça para Marília são feitas por fibra ótica e o sistema é tão moderno que permite a participação, ao vivo, dos ouvintes que acompanham o programa.
Para explicar de uma maneira bem simples este processo, é possível dizer que o estúdio montado fora torna-se uma extensão dos estúdios da rádio, através da conexão via fibra ótica e do telefone. A chamada cai na sede da rádio, mas é atendida pelo apresentador Fábio Conte, que está no estúdio remoto. O relato despertou a atenção dos profissionais e mostrou que, com tecnologia e espírito inovador, os radialistas podem produzir seus próprios programas e conquistar espaços comerciais.
Em seguida, Waldo Moraes contou suas atuais atividades. Há sete anos, ele deixou de trabalhar em rádios comerciais e montou seu próprio estúdio para vender a voz. Este é um segmento em franco crescimento, tendo em vista o número de emissoras de rádio e televisão instalados em todo o país e que veiculam regularmente propagandas e anúncios de eventos em geral.
Nas explanações, Waldo Moraes pontuou também o fator tecnologia como diferencial competitivo. "Hoje, o cliente liga ou faz contato por e-mail ou MSN, envia o texto e recebe em questão de minutos a gravação pronta. O pagamento é feito via depósito bancário online ou pode enviar cópia digitalizada do comprovante", explicou. Ele contou que trabalha diariamente, das 10 horas da manhã às 19 horas, e conta com o apoio da sua esposa, que cuida de toda a parte burocrática da empresa. Waldo vende a voz para clientes de todo o Brasil.
Foram várias as intervenções da platéia, principalmente sobre a questão da exigência da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para a atuação profissional no rádio, fato que não tem sido observado pelas emissoras e que permite a invasão de profissionais não credenciados em área regulamentada.
Como fã de rádio, gostei muito do evento e ouvi boas histórias. Há um campo imenso para atuação profissional e programas voltados para assuntos especializados podem ser o caminho para a inserção no mercado. E, quem sabe, o futuro estrelato.
Algumas rádios exibem programas segmentados sobre a arte de produzir e saborear vinhos, sobre tecnologia de ponta na informática, sobre os lançamentos de novos veículos ou mesmo sobre cuidados especiais com a saúde.
Sustentabilidade e acessibilidade são temas que estão sendo bastante procurados pela comunidade e pela mídia em geral. Eis aí duas boas oportunidades.

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