quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Novo poço profundo na Cascata


A torre metálica, vista lá da av. das Esmeraldas, me chamou a atenção para o vale da Cascata.
Conheço bem a região, fotografo por ali com certa regularidade e não havia notado a presença da tal torre. A primeira idéia que me veio foi a instalação de mais uma antena repetidora para celular, mas ali, na baixada da Cascata, estava estranho demais.
A Fotoquefala não pode ficar na dúvida e fui até conferir de perto. Encontrei na verdade uma bela estrutura de perfuração de um novo poço profundo que vai integrar o sistema de abastecimento da água da cidade. Estranhei também que não havia ninguém pescando por lá e notei a presença de um segurança na área.
O que me intrigou foi que eu não vi notícias sobre este novo poço nos jornais. Na dúvida, fiz contato com a equipe do Jornal da Manhã e perguntei se haviam publicado alguma matéria sobre o assunto. A resposta foi não e que eles buscariam maiores informações.
O amigo Leonel Nava, meu vizinho, disse que viu matéria em um dos canais fechados da cidade, sabia do assunto em razão disso, sabe por exemplo, que o poço terá 1.200 metros de profundidade.
Na edição de hoje do Jornal Diário de Marília, matéria comenta a presença do segurança na área da represa Cascata, dizendo que a medida foi exigida pelo Ministério Público, após acordo com o DAEM, mas não comentou sobre a presença da mega estrutura que está perfurando o poço no mesmo local, foto fechada, apenas do segurança e da sua motocicleta.
Eu esperava algo neste sentido, desde o último incêndio que registramos por aqui. A promotoria acionou os proprietários da Cascata pelo incêndio em área ambiental. Por sua vez, a Cascata se defendeu dizendo que a represa é área pública, ou melhor , de servidão pública, que fornece água para abastecer parte do município e que a responsabilidade deve ser compartilhada uma vez que não se pode proibir a entrada de estranhos.
Quem morou em Marília sabe disso; a Cascata é notícia desde os tempos do sapatão de sola de pneu. As ocorrências de morte por afogamento, principalmente de menores, durante as temporadas do verão, eram freqüentes, e voltam a acontecer nos dias atuais. A presença constantes de pescadores na área é outro fato corriqueiro e daí segue uma corrente de problemas, começando pelo lixo deixado no local, pela falta de segurança, pelos riscos de novos incêndios em razão da pesca no período noturno, com fogueiras acesas nas margens, para esquentar o frio ou espantar pernilongos, da presença de usuários e drogas e outros problemas.
Hoje a região da represa está bem mais ocupada. Tem um grande loteamento/condomínio de chácaras, com sistema de acesso controlado por portaria e vigilância, na estradinha que segue no sentido da av. das Esmeraldas, as casinhas mais antigas, ou foram derrubadas ou passaram por boas reformas e as chácaras ganharam campos de futebol e áreas de lazer, há também um campo de futebol, por enquanto de uso público, bem pertinho da represa, que nos finais de semana tem pelada de primeira.
Em uma das postagens aqui na lista eu comentei que poderiam pensar em instalar uma sede, ou posto da Polícia Ambiental, regulamentando a presença de pessoas nesta área, criando um ponto de atração turística, de pesca esportiva, de atividades físicas, de passeios para estudantes e de atividades ligadas ao meio ambiente, podendo ainda contar com um viveiro de mudas e posto de coleta de material reciclável, começando pelo lixo que as casas ao redor produzem, entre outras alternativas viáveis.
Com a instalação do novo poço é certo que teremos maior movimento na área e a possibilidade de maior controle. É triste ver nas margens da estrada o despejo de sacos de lixo, de entulho e restos de construções, de isopor que acondicionavam geladeiras, TVs e outros equipamentos domésticos. Uma questão de Educação Ambiental, sem dúvida.

Ivan Evangelista Jr
evangelista@univem.edu.br


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