domingo, 29 de abril de 2012

Entreposto do Mel “José Teixeira” é inaugurado com certificado do SIF



Matéria publicada no Jornal Correio Mariliense, ediçãode 29/04/2012



ACONTECEU ontem pela manhã na zona norte da cidade a inauguração no Entreposto do Mel “José Teixeira”. 29/04/2012
O espaço, que fica na rua Eugênio Coneglian, n.º 2.558 vai servir de entreposto para a certificação e garantia da qualidade do produto, de acordo com as normas exigidas pelo SIF- Serviço de Inspeção Federal. O evento aconteceu na presença de autoridades e representantes do Estado.
Com a inauguração da “Casa do Mel e do Apicultor”, o registro do SIF - Serviço de Inspeção Federal foi oficialmente adquirido e permitirá que o mel processado, envasado e expedido pelo órgão, seja comercializado e futuramente exportado para países da América do Sul.
De acordo com o coordenador regional do SIF, Waldir Brandão esse novo empreendimento dará uma valorização para a região. “O prédio tem todas as condições técnicas para a partir de hoje receber nosso certificado, e isso, quem ganha é a região que não contava com esse prédio”. Brandão destaca ainda que esse é o primeiro passo para a exportação do mel da região.
Para o zootecnista Valter Eugênio Saia, é muito gratificante essa conquista, segundo ele, os apicultores terão um local para se encontrar e discutir sobre o mel da região. “Vamos poder nos reunir mais e trazer tecnologia para os produtores, o prédio está todo equipado com aparelhos de última geração”. Saia ainda fala que esse acontecimento é uma conquista não só para os apicultores da cidade e região, como também para a população que terá um mel com qualidade produzido em nossa região.
Alcindo Alves é o presidente FAMESP- Federação de Apicultura e Meliponicultura do Estado de São Paulo e fala sobre a inauguração do entreposto. “Marília foi a pioneira a fortalecer a federação, sou muito grato a todos desta cidade que fizeram do nosso sonho realidade”. Alves destacou que Marília é a 6º cidade em todo o Estado a ter um complexo com esta estrutura.
Para o produtor João Rodrigues esse entreposto será bem vindo para a nossa classe, pois vamos passar a existir para a sociedade. “Agente só existe quando tem um registro, agora com o entreposto e com o SIF vamos passar a existir” Rodrigues que é produtor a 20 anos produz cerca de 2 mil quilos de mel por ano e garante que o mel é um dos melhores da região.
O secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Paulo Roberto Oliveira Júnior, destacou a importância desta unidade para a apicultura da cidade e região. “Temos 180 associados e a tendência natural é que este número se eleve cada vez mais a partir de agora, com o entreposto. Nosso mel (mil flores), é muito nutritivo”, frisou.
O presidente da Amar - Associação de Apicultores de Marília e Região, Antonio Fernando Scalco, concorda e acrescenta que o fato de o Brasil ser um país com diversidade floral, ajuda no aumento da produção.“A genética brasileira nesta área de apicultura é muito eficaz, mas necessitamos melhorar a competividade. Desta forma, seremos um grande exportador”, comentou Scalco.
Junto com a Casa do Mel irá funcionar a sede da Associação de Apicultores que está localizada em uma área de 12 mil metros quadrados. No local, foi implantado um laboratório de análises do produto, escritório para o SIF, área de recepção do mel, sala de descristalização, áreas para envasamento, rotulagem, expedição e armazenamento, bem como de desinfecção. O nome do entreposto foi uma homenagem ao Sr. José Teixeira que foi um grande pioneiro de mel na região de Marília.
 No nível estadual, Marília ocupa hoje o quarto lugar na produção, com aproximadamente 180 toneladas/ano de mel, porém o potencial do sindicato é atingir 500 toneladas nos próximos três anos. Com a inauguração da Casa do Mel, a expectativa da Prefeitura e Amar é conseguir tirar da informalidade fiscal e sanitária cerca de 300 famílias, dando segurança alimentar à população da região bem como fornecer maior lucratividade às famílias produtoras.

sábado, 28 de abril de 2012

Casa do Mel é realidade


Olha so que notícia legal.
Foi inauguada hoje a Casa do Mel de Marília, pela Associação dos Apicultores de Marilia e Região.
Na pratica isto significa maior qualidade na produção e comecialização do mel aqui produzido, por sinal, estamos em terceiro lugar na produção do estado. Nosso mel agora tem SIF (Inspeção Federal), tem laboratório de avaliação das qualidades físico químicas, tem envazamento ...com tecnologia, temos orientação e acompanhamento de todo o processo produtivo e temos as condições necessárias para começar a exportar nos próximos anos.
A Casa do Mel é modelo para outros estados e motivo de orgulho para todos nós. O design do rotulo foi desenvolvido por alunos do curso de Design Gráfico do Univem.
Foi lá que também pudemos experimentar o saboroso mel produzido por colmeias próximas as plantaçõesde mandioca, arte do Massa, apicultor experiente e que tem várias colmeias em nossa região.
Mel é saúde, mel é sustentabilidade consciente.
Parabéns a todos que se empenharam nesta empreitada.
Rotulo tem informações nutricionais e origem do produto

 
Vista parcial da entrada principal

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nos jardins das amizades


Deomar e a Crista de Galo, no jardim das amizades
Eu estava na tradicional feira do domingo, entre as tangerinas, também conhecidas como bergamotas, entre os caquis e as laranjas limas da vida, quando o telefone celular tocou. Do outro lado, uma voz amiga me saudou, fez algumas brincadeiras e, mesmo assim, não foi o suficiente para identificar quem estava na outra ponta da linha, se é que ainda podemos usar esta expressão. Entrosamos num bom bate papo e logo identifiquei o amigo.
E, já que a conversa estava bem descontraída, eu o convidei para saborear umas frutas. Levar para casa é bom, mas é difícil dizer se tem melancia mais gostosa do que aquela que a gente compra na barraca, já fatiada e come ali mesmo, lambuzando o beiço, escorrendo o caldo pelo queixo, molhando até o pescoço. Mais uns passos adiante e vem o vendedor de abacaxi, segurando a fruta pelo talo, já descascada, gritando em alto e bom som que é mais doce do que mel, fruta de Minas Gerais, “coisa boa, freguesia, pode provar que você nunca viu nada igual”.
O meu interlocutor aceita de bom grado a brincadeira e me pede uma fatia de melancia embrulhada para presente. Era o Deomar Brigantini, gente fina como ele só, morador do bairro Cecap Aeroporto. Foi meu colega de trabalho por muitos anos, secretário da diretoria da Fundação Eurípides, daqueles profissionais que quase não se encontra hoje em dia. Organização e presteza são sua marca registrada, isso sem contar que sempre tinha, e ainda tem, uma boa anedota ou um causo dos bons para contar.
Ele me fez o convite para ir até a sua casa fotografar a Crista de Galo que estava no jardim. Já deu para perceber que o Deomar é daquele tempo em que casa boa de morar tem que ter jardim bonito na frente, com pé de rosas, de diferentes cores, com dálias enormes, daquele vermelho encarnado, com pé de arnica, mato besta que ele só, mas que sempre ajuda a tirar a dor quando de molho no álcool, e ainda uns tomateiros perdidos entre as folhagens, de onde ele diz que já colheu mais de três quilos e fez boas saladas.
Fazia um bom tempo que a gente não se encontrava e achei o convite uma boa oportunidade de colocar a conversa em dia e apertar a sua mão. Surpreendi-me assim que cheguei ao endereço; impressão das melhores não poderia ter. Tudo arrumadinho, chão varrido, paredes bem pintadas, detalhes de harmonia aqui e ali, e o jardim, que logo percebi ser o cartão de visita da casa. A Crista de Galo, enorme, estava lá, soberana entre as ramagens, e mereceu boas fotos.
Depois, aceitei outro convite e fui até os fundos do terreno conhecer o quintal. Terreno bem cuidado, com pé de laranja lima da Pérsia, de acerola, de boldo, de banana nanica, de mamão macho, que dá flores em pêndulos e que são ótimas para se ferver com água, mais um pouco de mel ou açúcar e pronto, não há xarope para tosse melhor do que este preparado. Senti-me em casa, tamanha a simpatia e acolhida, dele e de toda a família, que já estava nos preparativos do almoço.
No chão de terra, uma rolinha Fogo-Pago, solitária, ciscava entre os gravetos e andava de um lado para outro, despreocupada. Mal sabia ela que, em tempos no passado, este amigo visitante andava de calças curtas e não se separava do estilingue feito com tripa de mico e do bornal com bolinhas de gude. Haja pecado pra se pagar.
Lá na cozinha, assim que o alho caiu no azeite quente, o aroma invadiu o ar e denunciou que era hora da visita acabar. Hora da fome.
Nas despedidas, ganhei um saco de acerolas para fazer suco, ganhei lima e a recomendação para fazer uma boa caipirinha com a fruta, ganhei também a oportunidade de rever um amigo querido e sua família, ganhei o domingo.
Tudo porque a Crista de Galo cresceu mais do que o comum.
Ivan Evangelista Jr
É membro a Comissão de Registros Históricos de Marília