quinta-feira, 11 de abril de 2013

“Exposição de Emoções...Marília Bela” no CCBEU, através do olhar fotográfico de Ivan Evangelista Jr.


Em homenagem à “Cidade Símbolo de Amor e Liberdade” pelos seus 84 anos, o Centro Cultural Brasil - Estados Unidos de Marília expõe este mês, em sua Galeria de Artes / Espaço Cultural Prof. Edmond Atallah, belíssimas fotos feitas por Ivan Evangelista Jr - imagens que mostram a cidade em diferentes períodos do ano, incluindo registros da fauna silvestre que frequenta as praças e avenidas da cidade em busca de alimentos. “Costumo dizer que o fotógrafo é um colecionador de bons momentos. A fotografia tem a magia de eternizar emoções e guardar a memória de um fato, de pessoas ou eventos que acontecem em nossas vidas”, disse Ivan em entrevista ao Caderno 2, falando um pouco de sua grande paixão pela cidade e pela fotografia. “A primeira câmera fotográfica foi uma Nikon, modelo F608, adquirida em 1996, oferta de um amigo dekassegui que vendeu o equipamento para juntar recursos e voltar ao Japão. Numa atitude compulsiva, passei a fotografar quase tudo que estava ao meu redor, descobri que havia uma segunda e uma terceira visões, além do olhar rotineiro que utilizamos para nos locomover pelas ruas e calçadas, quase sempre descuidado ou desatento”, disse, acrescentando: “O olhar pela lente transforma o cenário que está à nossa frente. O ato de focar a imagem já é, por si, um despertar desta consciência adormecida que todos têm, mas que muitas vezes fica escondida entre pensamentos e preocupações que cercam as nossas vidas. E, assim, perdemos inúmeras oportunidades de apreciar o belo ou o inusitado. Daí algumas pessoas dizerem que fotografia é poesia.” Segundo Ivan, a preferência por paisagens nasceu de forma natural. “Sempre admirei as transformações urbanas e gosto muito de registrar o dinamismo da nossa cidade. A fotografia acontece, primeiro, na mente do fotógrafo. Ele faz a leitura do cenário, analisa, interpreta e somente depois é que aperta o botão da máquina para disparar o diafragma, ou seja, a foto já aconteceu, foi precedida de um diálogo mental muito profundo e questionador. Nesta exposição, por exemplo, utilizei alguns recursos de manipulação digital de imagens para destacar linhas e estruturas geométricas que estão presentes no conjunto da imagem, mas, se não houver esta intervenção elas ficam despercebidas. Foi o que eu descobri ao fotografar o bondinho do parque “Monteiro Lobato”, uma arquitetura de traços que valorizam a temática central. O bonde já é uma grande atração visual pela informação histórico e cultural que carrega, mas as suas linhas e contornos, as linhas retas de suas janelas, quando destacadas, se transformam em molduras para outros cenários subjetivos e implícitos na mesma foto. No mesmo contexto, estão os ipês brancos registrados no bosque municipal “Rangel Pietraroia”. A foto original e colorida foi transformada em preto e branco e ganhou uma nova matização e mais contraste. O resultado foi um jogo de luzes e sombras que realçou e harmonizou a paisagem, de forma que as pessoas que visitam a exposição e observam o quadro são transportadas intuitivamente para o cenário. Mas há também fotos de paisagens, de serras cobertas de neblinas, fotos feitas durante os períodos de inverno, onde as furnas e itambés que rodeiam a cidade guardam no fundo das encostas a massa de ar quente do dia. Nas madrugadas, nos momentos que antecedem o despertar do sol entre as linhas do horizonte, o choque entre o frio e a umidade do sereno, com massa de ar quente, produz este fenômeno da neblina branca e densa, que mais parece um mar de leite descansando em berço esplêndido,” comentou Ivan, afirmando que “é esta a proposta da exposição: tirar as pessoas do olhar comum e transportá-las para o mesmo ponto de vista do fotógrafo, de transportar o visitante da condição de agente passivo, de simples espectador, para integrante da cena, de despertar sentidos e proporcionar uma viagem até o local onde a foto foi realizada e chegar ao ponto de sentir toda a energia que estava ali naquele momento. Parece algo meio que surrealista, mas não é. Na foto da Avenida Sampaio Vidal, enfeitada para o Natal com luminárias representando ramos de café e coloridas de verde, é possível entender bem esta proposta de se deixar levar para um estado de mente criativa e harmonizada. O conjunto de luzes contrastando com o fundo escuro da noite, as linhas dos prédios, a arquitetura urbana revelada timidamente, o leito do asfalto e mais uma série de informações subjetivas presentes na cena, são estímulos visuais e sensoriais que despertam emoções na observação da cena emoldurada.” Além de fotógrafo, Ivan Evangelista Jr. é também chefe de gabinete da reitoria e gestor de Marketing no Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM, apicultor, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e autor do blog www.afotoquefala. blogspot.com.br Sobre o Espaço Cultural do CCBEU (localizado na rua Cel. José Braz, 77), o autor das fotos expostas na “Exposição de Emoções...Marília Bela” afirmou: “é um local privilegiado e eu agradeço aos diretores por esta oportunidade de expor meu trabalho para os alunos e visitantes. Valorizar o trabalho artístico é uma atitude que nos incentiva a continuar trazendo novas exposições para o público mariliense.” A exposição pode ser vista de segunda a sexta-feira das 8h30 às 11h e das 13h30 às 20h (sábados das 8h30 às 11h), até o dia 29 deste mês. Mais informações: tel. 3454- 4110.
Fonte: Jornal da Manhã, edição de 10/04/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário