domingo, 21 de maio de 2017

O Museu de Paleontologia de Marília e o turismo científico

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O turismo científico é uma fonte de renda e geração de empregos que agrega uma série de benefícios para inúmeros segmentos da economia e promove os pontos fortes da cidade. Outra grande vantagem que é após a expedição os atores envolvidos produzem artigos que serão publicados e repercutidos em periódicos e revistas científicas do mundo todo, sempre ilustrados com fotos e com dados sobre a cidade e os locais visitados.
Além doa vocação para o turismo de negócios que concentra uma série de atividades em torno do comércio, da indústria e do setor varejista, a cidade de Marília tem o Museu de Paleontologia que nos integra ao seleto elenco das cidades que contam com um atrativo cultural muito singular e que pode ser muito mais explorado do ponto de vista econômico e promocional.
Três dos pesquisadores  pela primeira vez no Brasil
Na tarde do sábado, 20/05, desembarcaram no aeroporto local cinco pesquisadores internacionais para conhecer de perto o trabalho do paleontólogo Mariliense William Nava e visitar o museu local que foi organizado com fósseis encontrados na região de Marília. Segundo Nava, o convite para os visitantes surgiu após a sua participação como palestrante convidado, em evento científico no estado do Rio Grande do Sul, onde teve a oportunidade de mostrar parte do seu trabalho de pesquisas e despertou o interesse dos pesquisadores.

Tal qual o caixeiro viajante William levou na mala uma oferta de produtos e serviços que certamente poucas cidades podem oferecer. Explico. A variedade dos fósseis descobertos na região é algo que surpreende, sendo o conjunto mais completo o Mariliasuchus, uma espécie de crocodilo, com cerca de 60 cm e que viveu em nossa região no fim do período cretáceo. Mais recente William se tornou manchete novamente dos principais órgãos de divulgação científica e da grande mídia com a descoberta dos restos fossilizados de um Titanossauro na beira da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, sendo que os primeiros indícios do que veio a ser um dos maiores sítios de pesquisas paleontológicas surgiram no ano de 2009 após uma visita ao local e a descoberta da ponta de uma costela fossilizada. Literalmente esta costela exposta no barranco foi o fio da meada de um grande acontecimento.
Conhecendo o acervo
Neste domingo (21/05/2017) a expedição de pesquisadores seguiu para a cidade de Presidente Prudente onde vão escavar o solo por uma semana na busca de novas descobertas. Em outras visitas Nava já encontrou fósseis de pássaros, de tartarugas e outros que indicam ser o local uma grande possibilidade de novas e importantes descobertas. O método inicial deste trabalho é sempre o mesmo, a observação, contando é claro com a experiência do pesquisador que tem o olho clínico para identificar o tipo de solo que tem o potencial de guardar restos fósseis.


O trabalho de Nava já rendeu para a cidade de Marília uma grande vitrine de marketing que em minha opinião foi pouco explorada pelo município. O escritor e autor de novelas  Walcir Carrasco se inspirou na história do Willian Nava para escrever a novela “Morde e Assopra” e que foi sucesso na Rede Globo.  
Existe uma convergência de forças política e cultural para que o Museu Paleontológico de Marília ganhe mais apoio e incentivo. No momento as atuais instalações atendem o acervo de fosseis expostos em vitrines e algumas pequenas replicas em tamanho natural, porém, nosso potencial turístico requer a instalação no próprio museu e em outros locais estratégicos de réplicas em escalas bem maiores que certamente vão atrair um número maior de turistas.
Quanto mais fotos e selfs, melhor, quanto mais divulgação, melhor para a cidade e para o pesquisador que precisa do nosso integral apoio para continuar seu trabalho. Um museu com mais tecnologia, com expositores padronizados e contando com iluminação ambiente planejada, para valorizar as peças expostas e criar o efeito 3D já seria um passo a mais na busca da excelência do atendimento ao turista.
Os museus mais modernos são organismos dinâmicos e permitem uma maior integração com os seus visitantes estimulando os sentidos, proporcionando a oportunidade de novos aprendizados e despertando o interesse pelas nossas origens.

Projeto cultural fez exposição de replicas em praças de Marília
O Museu de Paleontologia tem registro em várias em publicações científicas de paleontologia, como: Geologia Colombiana (1999), American Museum Novitates (2006), Gondwana Research (2007)  Bulletin of Geosciences (2009), Academia Brasileira de Ciências (2011) Cretaceous Research (2012) e  Zootaxa (2013), entre outras, e já conquistou espaço de mídia nos jornais de grande circulação nacional: Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo/RJ: estaduais como  o Estado de Minas, Zero Hora,   Diário Oficial do Estado de S. Paulo, Diário Popular.
O endereço do Museu de Paleontologia : Avenida Sampaio Vidal, 245, esquina com Avenida Rio Branco – prédio da Biblioteca Municipal. fone (14) 3413-6238, a entrada é gratuita.


Autor: Ivan Evangelista Jr, é membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, chefe de gabinete da Reitoria do Centro Universitário Eurípides de Marília, fotógrafo, e autor do primeiro Guia de Roteiros Turísticos de Marília.  

*Confira a matéria publicada pelo Jornal O Imparcial, de Presidente Prudente, após nosso contato:
http://www.imparcial.com.br/site/paleontologos-buscam-fosseis-em-area-prudentina  

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